O método de “divisão” e a temporalidade no conhecimento das Ideias platônicas

In Plato’s Statesman, the character Stranger of Elea establishes that, in the method of division, it is not enough to realize the “divisions”, but it is also fundamental the divided parts corresponding to really existing Ideas (262b-263a). His interlocutor, the character “young Socrates”, replies with a disconcerting question: “but, regarding that, how one can know that the genus and the part (so rendered more visible) are not the same but different from each other?” (263a). The question strikes the Stranger so hardly that he has no words to answer the young man. The reason seems to rest in the fact that the question points to the “circular” feature of the method of division, due to which, since the Antiquity, it receives the charge of being a petitio principii. The “circularity” in the time would be as following: if, in the outcomes of the divisions, what matters is the Ideas to become more visible to someone (Statesman 262b), on the other hand, the correct divisions only could be realized by the person who is somehow already “contemplating” the very structure of the Ideas (Sophist 253b-e). In Aristotle’s words, the division “is a weak syllogism”, because it reaches or tries to prove that from which it starts as a presupposition (Pr. An. 46a33). Nonetheless, the analysis of the Platonic dialogues’ passages on the “recollection” as well on the relationship between the Ideas and the time can indicate that Plato would have a rather surprising and interesting answer to his notable disciple. A certa altura do Político de Platão, vemos o Estrangeiro estabelecer, no emprego do método de divisão, que não basta efetuar “divisões”, mas que é fundamental as partes divididas corresponderem a Ideias realmente existentes (262b-263a). A resposta do “jovem Sócrates”, seu interlocutor, é a desconcertante pergunta: “mas, com relação a isso, como saber que o gênero e a parte (desse modo tornada mais visível), não são idênticos mas diferentes entre si?” (263a). O desconcerto da questão é tal que o menino fica sem resposta. O motivo parece ser que ela aponta para o caráter “circular” do método de divisão, em vista do qual, desde a Antiguidade, este sofre uma acusação de petição de princípio. A “circularidade” no tempo seria que, se o que importa é, como resultado das divisões, que as Ideias se tornem “visíveis” a alguém (Político 262b), por outro lado, só pode efetuar a divisão certa aquela pessoa que, de um certo modo, já está “enxergando” a própria estrutura de Ideias (Sofista 253b-e). Nas palavras de Aristóteles, a divisão “é um tipo de silogismo fraco”, porque alcança ou quer provar aquilo de que ela já parte como pressuposto (An. Ant. 46a33). Contudo, a análise de passagens platônicas sobre a “reminiscência” e a relação das Ideias com o tempo pode indicar que Platão teria resposta para seu eminente discípulo. Afinal, não jaz, nas entrelinhas do famoso “paradoxo do Mênon” (“como procurar algo que não se sabe absolutamente o que é?”), a questão: é a Ideia “temporal”